Mais uma vez, damos início ao mês de outubro com foco na prevenção e conscientização sobre o câncer de mama. O Outubro Rosa, movimento amplamente conhecido, coloca em evidência o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres brasileiras. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são mais de 73 mil novos casos anualmente. Essa campanha, no entanto, nos lembra de algo ainda mais importante: o cuidado com a saúde deve ser uma prática constante, não restrita apenas a um mês por ano.

É inegável que o câncer de mama apresenta melhor prognóstico se detectado precocemente. A recomendação médica para a realização da mamografia a partir dos 40 anos, com frequência anual, é uma das mais eficazes estratégias preventivas. Complementarmente, o ultrassom pode ser utilizado para um diagnóstico ainda mais preciso. 

Para aquelas mulheres que já receberam o diagnóstico, temos hoje um cenário mais promissor. As técnicas de tratamento evoluíram substancialmente, com procedimentos cirúrgicos mais delicados e que consideram a parte estética, importante para a autoestima da mulher. A radioterapia, por exemplo, é agora mais focada e realizada com menos sessões, o que reduz o impacto físico e emocional sobre a paciente.

Além disso, os avanços no tratamento sistêmico também são notáveis, principalmente no que diz respeito à imunoterapia, que tem mostrado grande eficácia, especialmente em casos de câncer de mama triplo negativo, um dos subtipos mais agressivos da doença. 

As drogas de última geração que tratam os tumores Her2+ e os medicamentos que inibem as ciclinas — responsáveis por controlar o crescimento dos tumores luminais — são estratégias poderosas na luta contra a doença. 

Hoje, sabemos que cada câncer de mama é único, e os tratamentos são cada vez mais personalizados, ajustando-se às necessidades específicas de cada paciente e oferecendo melhores perspectivas de cura ou controle da doença por muitos anos.

O que Outubro Rosa nos ensina é que a promoção da saúde não é sazonal. Cuidar-se, realizar exames preventivos e adotar hábitos saudáveis são práticas que devem ser mantidas o ano todo. Com informação e acesso, quem semeia prevenção, colhe saúde.

Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

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Fonte:GE